Dez. É a nota que dou para as cidades históricas de Minas Gerais. Oito. É a quantidade de dias em que fiz o tour saindo do Rio de Janeiro . Dois. É o número de quilos que ganhei. Prepare-se para beber e comer muito! Mas cada quilinho extra vai valer a pena, afinal, você vai voltar com muito conhecimento na bagagem. E se prepara para começar a dar bons ‘clicks’ antes mesmo de chegar ao seu primeiro destino, pois a belíssima vista para a Serra da Mantiqueira já começa na estrada rumo a terras mineiras, saindo do Rio de Janeiro. Os registros fotográficos desses destinos mineiros escondem muitos fatos curiosos que ficarão para sempre em sua memória.

Ouro Preto
Olha só no vídeo abaixo o que você vai encontrar pela estrada:
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Como é o turismo na região?
O que existe por trás das cidades históricas de Minas Gerais? Muitas curiosidades sobre a história do Brasil. E, claro, algumas lendas urbanas. Nos museus, casas, ruas e igrejas você vai fazer uma viagem ao tempo, à época do Brasil Colônia, o chamado Ciclo do Ouro. O turismo local tem chamado atenção inclusive de viajantes de outros países. Nesse tour, você também vai descobrir de onde vieram muitos dos nossos ditados populares e com certeza dará boas risadas disso. Falando nisso…clica aqui para saber de onde vem a expressão ‘Maria vai com as outras’.

Ouro Preto
Você também vai se deparar com muita gente simpática, receptiva e atenciosa, que torna o turismo nas cidades históricas de Minas Gerais ainda mais atrativo. Se precisar de alguma informação, não se preocupe! Vai ter sempre alguém para ajudar. O povo mineiro adora um ‘dedo de prosa’.
Assista ao vídeo abaixo e conheça um pouco de cada cantinho das cidades históricas de Minas Gerais:
Qual é o roteiro saindo do Rio de Janeiro?
Um roteiro de oito dias de carro saindo do Rio de Janeiro é suficiente para conhecer as principais cidades históricas de Minas Gerais. Comecei minha viagem em Ouro Preto, onde fiquei dois dias. Reservei o primeiro para fazer um tour pela cidade e o outro para o passeio de trem até Mariana. No terceiro dia de viagem, fui para Belo Horizonte, onde fiquei dois dias. A cidade não faz parte do roteiro das cidades históricas de Minas, mas se você quiser comprar produtos alimentícios da região, lá é o lugar.
Saindo de Belo Horizonte, no quarto dia de viagem, dei um pulinho em Congonhas para conhecer o famoso Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e, de lá, segui direto para São João Del Rei, onde fiquei hospedada os quatro dias restantes. Reservei o quinto dia para conhecer São João Del Rei e, no dia seguinte, fui para Tiradentes. São apenas 25 minutos de carro entre as duas cidades. Retornei a São João Del Rei e, no sétimo dia de viagem, conheci o município de Prados e o distrito de Bichinho, que ficam a 8 km de Tiradentes. No oitavo dia pela manhã, voltei para o Rio de Janeiro.
Dica: Quando chegar em cada uma das cidades históricas de Minas Gerais, contrate um guia para fazer o tour. Assim você vai poupar tempo e conhecer o que cada uma delas tem de melhor a oferecer.
Ouro Preto
Acredite, você vai se apaixonar. Por tudo: pelas casinhas coloridas em meio a um mar de montanhas, pelas ruas feitas de pedra sabão, sem contar com o acervo histórico e arquitetônico de igrejas e museus, incluindo as obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde! Ouro Preto é atualmente Patrimônio Cultural da Humanidade. Faz sentido, né?
Distância entre Rio de Janeiro e Ouro Preto: 6 h (398,3 km) via BR-040
O que fazer em Ouro Preto?
Em dois dias dá para conhecer as atrações principais de Ouro Preto. Tem igrejas, museus, mirantes, minas e até cachoeiras! Tive muita sorte de ter praticamente uma biblioteca ambulante ao meu lado: o guia Janailson, da agência Vila Rica Turismo. Fizemos uma viagem ao tempo com ele. Excelente profissional! Nas igrejas, descobrimos curiosidades por trás de detalhes das imagens sacras e fatos pouco conhecidos da história do Brasil Colônia.
A maioria das igrejas cobra entrada. O preço varia de 5 a 10 reais. Além das igrejas, tem as praças, sobrados e casarões. Se você gosta de história e arquitetura, lá é seu lugar!
Aqui tem uma listinha completa do que fazer em Ouro Preto!
E quais são as dicas de pousadas em Ouro Preto?
Em Ouro Preto não faltam pousadas e hotéis. Fiquei hospedada no hotel Solar de Maria. Gostei bastante. Os recepcionistas são muito simpáticos e dão sugestões ótimas para você colocar na sua listinha ‘O que fazer em Ouro Preto?’. A pousada tem todo um estilo colonial e antes era uma república. Os funcionários são muito gentis e o café da manhã é muito gostoso. Tem piscina, lareira, ambiente para relaxar e ler um livro. E fica perto do centro.
Tempo em Ouro Preto
Falar em tempo em Ouro Preto é um tanto confuso, viu. Isso porque, como dizem os próprios moradores, em um dia na cidade faz as quatro estações do ano! rs Mas, geralmente, durante o dia a temperatura é mais quente e à noite esfria. Fui no outono. Nessa época, com uma blusa de meia manga durante o dia e uma mais grossa durante a noite, você não vai passar calor nem frio e estará preparado para qualquer eventual mudança de tempo.
Onde comer em Ouro Preto?
Depois de subir muita ladeira, bora comer, né, minha gente! O restaurante O passo foi um dos que mais me encheu os olhos, ou melhor, o estômago. Rs A comida é deliciosa. Eles servem pratos típicos mineiros e o ambiente rústico e bom atendimento dão aquele tempero a mais. O preço é salgado, mas vale a pena. Muitos dos restaurantes de Ouro Preto, assim como nas outras cidades históricas de Minas Gerais, oferecem self service por um valor fixo de 25 a 30 reais, com direito a comer quantas vezes você quiser. Mas também podemos pagar por quilo.
Se quiser fazer um lanchinho da tarde, sugiro o café Fábrica de Chocolate, na Praça Tiradentes. Os salgados são uma delícia e os chocolates…nem se fala! Prove o chocolate quente com licor de limão e chegará ao Nirvana! :0
Mariana
Não tem forma melhor de chegar a Mariana do que de trem! O passeio, que sai de Ouro Preto, dura cerca de 50 minutos. É imperdível: tem cachoeira, córregos, montanhas. Contratamos uma agência em Ouro Preto e o guia nos buscou de carro na estação do trem em Mariana para nos levar aos pontos turísticos da cidade.
Os gravíssimos danos provocados pelo rompimento da barragem da Samarco, mineradora controlada pela Vale, ainda se fazem presentes na cidade. Não é raro conhecer moradores que até hoje têm seus negócios paralisados e renda comprometida por conta do acidente. Alguns deles me disseram que a economia local foi extremamente impactada após o ocorrido.
Hoje o turismo é o que ajuda muitos em seu sustento. Felizmente o rompimento da barragem não atingiu o centro histórico, sendo assim os pontos turísticos de Mariana foram preservados. E vale sim a visita a cada um deles.
O que fazer em Mariana?
Um dia em Mariana basta para conhecer as atrações principais da cidade. A Praça Minas Gerais, a Mina da Passagem e a Igreja de São Pedro dos Clérigos são os maiores atrativos locais. A pracinha principal é uma graça, tem um lago com carpas e banquinhos rodeados por árvores bem propícios a um cochilo pós almoço, sabe? :p Tem também lojinhas de artesanato e joias feitas com pedras da região.

Praça Minas Gerais
Veja aqui alguns bizus do que fazer em Mariana!
Belo Horizonte
De Mariana, voltei de carro para Ouro Preto com o guia turístico. E de lá, parti para ‘Beagá’. Belo Horizonte não faz parte das cidades históricas de Minas Gerais, mas vale a visita se você tiver tempo. Afinal, a cidade está ali no ponto central da região. Apesar de ser uma metrópole, Belo Horizonte tem um ‘quê’ de interior. As pessoas são muito amigáveis, simpáticas e receptivas com os turistas. Museus, parques e construções projetadas pelo Oscar Niemeyer são as grandes atrações turísticas locais.
Distância entre Ouro Preto e Belo Horizonte: 1 h 35 min (96,5 km) via BR-356.
O que fazer em Belo Horizonte?
Em dois dias você consegue conhecer as principais atrações turísticas de Belo Horizonte. Se gosta de caminhar, comece pela Lagoa da Pampulha e seus 18 quilômetros entre os jardins de Burle Marx e construções projetadas por Oscar Niemeyer. Uma delas é a Igreja de São Francisco de Assis, que conta com pintura de Cândido Portinari. Nos arredores da Lagoa da Pampulha estão o zoológico, o estádio Mineirão e o Museu de Arte Moderna.
No segundo dia, faça um passeio pela Praça da Liberdade e tudo que ela tem a oferecer a seu redor: o Palácio da Liberdade, o Edifício Niemeyer, além de museus imperdíveis como o Memorial Minas Gerais e o Museu das Minas e do Metal, que têm entrada gratuita!
Comprinhas em Beagá
E depois, bora comer? Mas antes de forrar o estômago, não deixe de visitar a feirinha da Avenida Afonso Pena, que fica a 1km da Praça da Liberdade. Como ela fica muuuito cheia, o ideal é chegar bem cedo, por volta das 8h. Lá você vai ver de tudo: acessórios como bolsas e bijuterias, roupas, calçados, brinquedos. Tudo dividido em seções para facilitar a vida do turista. Se tiver tempo, vale o passeio pelo Parque Municipal, que fica ali pertinho.
Após as comprinhas, partiu Mercado Central! Lá você vai encontrar todo tipo de produto regional para matar a fome: queijo, linguiça, doce de leite, pimenta (prove a pimenta biquinho, não arde e dá aquele tempero!), geleia de pimenta (uma delícia!), cerveja, café, artesanato etc. Tem de tudo mesmo!
E para fechar a trip com chave de ouro, que tal ver Belo Horizonte do alto no final da tarde? O Mirante do Mangabeiras e o mirante da Praça do Papa são as melhores opções para assistir aquele pôr-do-sol de tirar o fôlego!
Congonhas
Partindo de Belo Horizonte rumo a São João Del Rei, passamos por Congonhas, onde fica o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos com as 12 estátuas dos profetas esculpidas por Aleijadinho. Uma tarde na cidade basta para conhecer essa que é sua principal atração turística. Prepare-se para tirar muitas fotos e imergir na história do Brasil Colônia!
Aliás, você já viu as fotos de Congonhas no Instagram? Aproveita e me segue por lá. 🙂
Distância entre Belo Horizonte e Congonhas: 1 h 14 min (78,6 km) via BR-356 e BR-040.
A história do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, é um ícone do barroco brasileiro e da história do Brasil Colônia, sendo uma das grandes atrações turísticas das cidades históricas de Minas Gerais. Não à toa foi tombado pela Unesco e hoje é Patrimônio Cultural da Humanidade. Tudo começou em 1757, quando a igreja foi fundada pelo português Feliciano Mendes de Guimarães.
O fato mais curioso da história do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos é que ele é uma mescla do trabalho realizado por diversos e importantes escultores e pintores da época, incluindo aí o Mestre Ataíde, sendo construído em diversas etapas durante os séculos 18 e 19.
As diferentes expressões de cada uma das estátuas, esculpidas em tamanho real por Aleijadinho, chamam atenção diante do cenário repleto de montanhas e palmeiras imperiais. Infelizmente as estátuas estão em má conservação, em algumas faltam dedos ou outras partes. Mas felizmente o descaso não tira o brilho do talentoso trabalho feito em pedra-sabão pelo escultor. Então vale sim a visita! No Jardim dos Passos, em frente à igreja, estão seis capelas com imagens sacras em seu interior, também esculpidas por Aleijadinho. Ao redor tem um museu e algumas lojinhas de artesanato. A vista de cima do Santuário dá para as montanhas da cidade, rendendo belas fotos.
São João Del Rei

Ponte da Cadeia
Bem-vindo à `Terra onde os sinos falam”! São João Del Rei tem até hoje uma curiosa tradição: quando os sinos das igrejas tocam, é possível identificar o tipo de solenidade, por qual pessoa ela será celebrada (se é um comerciante, um padre etc) e até mesmo, no caso de falecimento, se a pessoa era homem ou mulher!
São João Del Rei fica no sudeste de Minas Gerais, a 187 quilômetros de Belo Horizonte. Em comparação com as outras cidades históricas de Minas Gerais, é uma cidade grande e apresenta prédios e casas com estilo moderno. No entanto, o centro histórico ainda mantem o estilo colonial e guarda muitos segredos, que eu vou te contar já já. 😉
No Instagram tem algumas fotos de São João Del Rei. Dá uma conferida por lá. 🙂
Distância entre Congonhas e São João Del Rey: 1 h 51 min (112,4 km) via BR-383.
O que fazer em São João Del Rei?
O que fazer em São João Del Rei? Muita coisa! Não falta história e lugar para visitar, entre igrejas, museus, contação de histórias de assombração (isso mesmo!) e, claro, o passeio de Maria Fumaça até Tiradentes, que é TOP!
Três dias na cidade são suficientes para conhecer as principais atrações turísticas. Contratamos o guia Samuel (whatsapp: 32 – 8817-6350) para circular conosco pela cidade. Ele nos levou de carro aos pontos turísticos principais, passou detalhes curiosos sobre a história do período colonial e nos deu excelentes dicas de lojas de artesanato em Prados e Bichinho. Se não tiver muito tempo para viajar pelas cidades históricas de Minas Gerais, sugiro contratar um guia. Além de não precisar buscar pelos pontos turísticos, você vai trazer mais conhecimento na bagagem.
Aqui tem vários bizus do que fazer em São João Del Rei!
Onde se hospedar em São João Del Rei?
Fiquei hospedada no Solara Hotel e adorei. Com ótimo custo-benefício, é bem localizado e conta com excelente atendimento. Tem uma fachada com estilo colonial (uma graça!), área para leitura e descanso e café da manhã completo.

Solara Hotel
Tiradentes
Acredita em amor à primeira vista? Eu não acreditava até conhecer Tiradentes. Parece uma cidadezinha cenográfica, com suas casinhas coloridas e ruelas de pedra. Um dia basta para conhecer os principais pontos turísticos, a não ser que você se apaixone e decida ficar. Rs
Fiquei hospedada em São João Del Rei e fui de carro até Tiradentes com o guia. Como Tiradentes é bem pequena, sugiro fazer o tour a pé e em um dia de semana, terça ou quarta-feira, quando a cidade está vazia. Assim você vai sentir a ‘vibe’ da cidade onde nasceu a Inconfidência Mineira e voltar à época colonial. Tiradentes foi uma das cidades históricas de Minas Gerais que pouco cresceu desde então, mantendo muito do que era originalmente. Também é possível fazer um city tour de charrete, com paradas para contar a história de cada ponto turístico.
Mas e aí, o que fazer em Tiradentes? Dá uma olhadinha aqui nessas dicas!
Prados
Lá por volta de 1704, os irmãos bandeirantes Manoel e Félix Mendes do Prado chegaram a Minas Gerais com uma comitiva de Taubaté, dando assim origem à cidade de Prados, hoje conhecida por seu rico artesanato. Reserve o dia todo para rodar por lá e conhecer Bichinho, distrito que pertence a Prados. O preço do artesanato por lá é muito mais em conta do que em Tiradentes!
O que fazer em Prados?
Um dos destaques do artesanato local são os divinos da Fatinha. Cada um mais lindo que o outro! O mais interessante de Prados é que os próprios atendentes dos ateliês são as pessoas que fabricam as peças. Assim é possível falar diretamente com os artesãos e conhecer mais sobre seu trabalho.
Na Vila Carassa, comunidade de artesãos em Prados, você vai se encantar com os leões de madeira! Faça uma visita ao ateliê e loja do Márcio, da tradicional Família Julião. O trabalho dele é divino! Na vila também é possível ver artesãos fazendo a peça na hora! Um deles é o Tiago, que trabalha cerca de doze horas por dia para fazer belíssimos leões e leoas enormes de madeira! Segue ele lá no instagram para saber mais!
Em meio dia, dá para conhecer o ateliê da Fatinha, as lojinhas de artesanato que ficam na mesma rua e a Vila Carassa.
Distância entre São João Del Rei e Prados: 45 min (23 km) via BR-265
Bichinho
O turismo de Bichinho, localizado no município de Prados, gira em torno das lojinhas de artesanato. É preciso meio dia para conhecer as principais. A andança vai valer a pena, pois você vai se encantar com o talento dos artesãos. Tem de tudo, até dinossauro gigante feito de cipó!
O que fazer em Bichinho?
Além das lojas de artesanato, não deixe de visitar a Casa Torta. Construído por dois artistas, o local oferece apresentações teatrais, brincadeiras, além de música e gastronomia. Uma graça!
Na estrada entre Tiradentes e Bichinho, fica o Museu do Automóvel. São cerca de 70 carros de vários modelos e épocas, com direito a um delicioso som ambiente. Vale a visita! O mais interessante é que os carros ainda funcionam! Alguns, inclusive, já foram alugados para novelas da Globo.
Para matar a fome, indico o restaurante Tempero da Ângela. Aposto que você vai repetir no mínimo três vezes! Rs A comida é boa demais e o precinho camarada.
Você conhece as cidades histórias de Minas Gerais? Se sim, conta aqui nos comentários o que achou da região. 🙂